Não faz muito tempo que São Paulo passou pela maior crise hídrica jamais vista. Em 2014, o nível do principal conjunto de reservatórios da região metropolitana, o Sistema Cantareira, chegou a 14,6%, o mais baixo desde que foi criado, em 1974. A população sofreu com interrupções de fornecimento que chegavam a 30 dias, era cada vez mais comum os banhos de canecas e o armazenamento de água inapropriado.
#ParaTodosVerem: A imagem tem como foco em um chão de terra seca.
A última pesquisa realizada pelo MapBiomas, mostra que o Brasil perdeu nos últimos 30 anos, 15,7% de sua superfície de água, esses dados representam 3,1 milhões de hectares, ou seja, já perdemos um Nordeste e meio de água. Esses impactos estão diretamente ligados ao nosso modelo econômico atual.
O sistema econômico capitalista que sufoca e seca as nossas águas com seus grandes projetos lucrativos, é responsável por consumir grande parte de nossa água, parte do nosso abastecimento é destinada para manutenção de latifúndios e fábricas. Muitos se enganam achando que o maior culpado é o vizinho que lava a calçada com água, claro que não devemos desperdiçar a nossa água, mas é preciso entender a complexidade dessa cadeia de consumo e quais são os principais culpados pelo desequilíbrio climático que estamos enfrentando nos últimos tempos.
#PraCegoVer [ANIMAÇÃO]: No centro da imagem, o personagem Wall-E (um robô) observa um objeto que o chama a atenção. O personagem está no meio de uma pilha de lixo abandonado pelos seres humanos.
A consciência do nosso consumo desenfreado deve começar desde cedo, por isso, o filme Wall-e dirigido por Andrew Stanton (2008) é uma ótima opção para quem quer começar a entender o destino da humanidade, além disso, aborda vários aspectos interessantes que podem ser trabalhados na sala de aula. Esse clássico do cinema retrata de maneira sensível e divertida os rumos de uma sociedade que não se importa com a escassez dos nossos recursos naturais, fazendo com que parte dos seres humanos busquem outras formas para sobreviver.
Essa produção cinematográfica parece distante da nossa realidade e ao mesmo tempo tão próxima das projeções que especialistas têm desenhado para o futuro da humanidade.
No site do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) apresenta uma matéria importante sobre a conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas (COP26), evento que trouxe muitas preocupações e alertas, no relatório 2021 sobre a Lacuna de Emissões mostra que novas promessas climáticas nacionais combinadas com outras medidas de mitigação colocam o mundo no caminho certo para um aumento da temperatura global de 2,7°C até o final do século.
O fato é que as projeções futuras não são otimistas e nos colocam frente a uma terra inabitável que pede socorro. É preciso fazer mais para garantir a manutenção da vida e isso significa abrir mão do lucro. Afinal, está nas mãos de quem?
Amanda Escobar Costa
Graduanda em História pela FFLCH-USP
Referência bibliográfica:
Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2021. PNUMA, Parceria UNEP DTU, 26/10/2021. Disponível em:https://www.unep.org/pt-br/resources/emissions-gap-report-2021. Acesso em: 25/11/21.
BARIFOUSE, Rafael. Maior crise hídrica de São Paulo expõe lentidão do governo e sistema frágil. BBC Brasil, 2014. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/03/140321_seca_saopaulo_rb. Acesso em: 25/11/21.
Crise hídrica: Brasil já perdeu um Nordeste e meio de água. GIFE em 04/10/2021. Disponível em: https://gife.org.br/crise-hidrica-brasil-ja-perdeu-um-nordeste-e-meio-de-agua/. Acesso em: 25/11/21.
CRUZ, Fernanda. São Paulo sofreu pior crise de água de sua história em 2014, 24/12/2014. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-12/sao-paulo-sofreu-pior-crise-de-agua-da-sua-historia-em-2014. Acesso em: 25/11/21.
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