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Crise na Ucrânia: a quem interessa?

Atualizado: 26 de set. de 2023

É fato que a guerra aumenta a venda de armas, mobiliza a construção civil, a indústria, o comércio, elimina o excesso populacional no globo terrestre e fortalece a nação vencedora com poderio soberano sobre os outros países. Atualmente, vê-se a problemática crise na Ucrânia, mas a quem ela interessa?


Para a Rússia do Vladmir Putin a OTAN está se aproveitando da complicada situação da Rússia dos anos 90 e iniciou uma forte expansão pelo leste europeu atraindo países que durante as épocas da União Soviética estavam dentro do núcleo de influência de Moscou. Nos anos 90, a Rússia se encontrava totalmente voltada para questões internas com o Presidente Boris Yeltsin direcionando os seus poucos recursos para impedir a ruína por completo do país, e então a OTAN teria se aproveitado do vazio de poder deixado pela antiga URSS no Leste Europeu, acolhendo países que foram importantes para a Rússia na segunda metade do século 20- com destaque para a Polônia e para os três países bálticos. Esse movimento de expansão levou a OTAN a se aproximar de países como Geórgia e a Ucrânia, países estes que devido às suas posições geográficas, pelo ponto de vista russo, atuavam como importantes obstáculos físicos para a expansão da OTAN.


Expansão temida que levou a Rússia a duas guerras: uma na Geórgia em 2008, com tropas russas invadindo e ocupando até hoje as regiões da Ossétia do Sul e da Abkházia; e a outra guerra em 2014 com a Rússia invadindo e anexando a Criméia, região da Ucrânia, apoiando e financiando os separatistas pró russos em Donbass, iniciando uma guerra civil que já se estende por quase sete anos.


Para a Rússia já é insustentável ter a OTAN ao longo de uma fronteira de quatrocentos quilômetros nos países bálticos, em hipótese alguma a OTAN poderá se estabelecer ao longo de uma fronteira terrestre de quase dois mil quilômetros na Ucrânia. Na visão do Presidente Putin, impedir a entrada na Ucrânia e da Geórgia na aliança, seria uma questão de sobrevivência para a Rússia. Contudo, a Aliança afirma que tudo o que está fazendo é respeitar a soberania das nações, frisando que ao contrário do que aconteceu nos tempos soviéticos quando as nações do leste europeu foram obrigadas a entrar no pacto de Varsóvia, a entrada de novos membros na OTAN, é um processo totalmente democrático e que conta com o apoio de referendos feitos em cada país candidato. A visão da OTAN é que se a Geórgia ou a Ucrânia desejarem entrar, e se estiverem respaldados principalmente pela vontade popular, então serão muito bem vindos.


#ParaTodosVerem [Fotografia]: Um tanto desfocado, temos do lado inferior esquerdo, duas moças com capuzes. Em destaque, uma garota, aparentemente gritando, segura um cartaz que contém os dizeres "Stop Putin" (traduzido do inglês: "Parem o Putin"). No lado inferior direito há outra garota, que também grita, com uma pintura nas cores da bandeira da Ucrânia na bochecha. Fonte: https://unsplash.com/pt-br/fotografias/zJu-IDkRsPA


Ainda na visão da OTAN, a Rússia está violando gravemente a soberania de outros países ao atribuir a si própria poder de veto sobre quem pode ou não entrar na aliança. Ao analisar com profundidade as motivações de cada um dos lados, fica claro que a Rússia é de longe, a menos interessada em uma guerra com a Ucrânia, por um motivo bem simples: a Rússia apenas com financiamento de separatistas pró- russos, já consegue, atualmente, exatamente aquilo que deseja: impedir a Ucrânia de entrar na OTAN.


Apesar dos EUA e da própria OTAN já terem dito que em caso de invasão russa não enviaram tropas para a Ucrânia, todas as semanas os ucranianos recebem centenas de toneladas de armas e munições da aliança, sendo essa uma indicação clara de que se a Rússia invadir, além de Moscou sofrer com sanções econômicas drásticas, os EUA e a OTAN transformarão aquele conflito em uma guerra por procuração através do apoio e financiamento à Ucrânia. Levando em consideração que este país tem um grande poderio bélico que vai desde armas à inteligência de captação de dados por satélite, ao mesmo tempo em que os EUA, a OTAN e a União Europeia bombardeiam a Rússia com rígidas sanções financeiras e comerciais, pode ser o suficiente para transformar aquele conflito em uma longa e desgastante guerra para Moscou.


Poderia ser uma guerra longa e desgastante que enfraqueceria severamente a economia russa, já afetada pelas referidas sanções, por isso uma guerra na Ucrânia, interessa muito mais a OTAN e os EUA do que a Rússia, já que esse conflito além de desgastar imensamente a Rússia, poderia ainda incentivar outros países a entrarem para a OTAN- como por exemplo a Finlândia e a Geórgia.


Zeffirelli, Fred. Letras,FFLCH-USP. Ator e criador de conteúdo digital.



REFERÊNCIAS:


Aranha, Carla. O que há por trás da guerra da Ucrânia: entenda. Exame, 2022. Disponível em< https://exame.com/mundo/o-que-ha-por-tras-da-crise-da-ucrania-entenda/> Acesso em: 17/02/2022

Conteúdo, Estadão. Não haverá guerra, diz Rússia em meio a tensões com a Ucrânia.


Hoje no mundo militar. A quem interessa uma guerra na Ucrânia. Youtube, 2022. Disponível em< A quem realmente interessa uma guerra na Ucrânia?


> Acessado em: 21/02/2022

Riveira, Carolina. Rússia e Ucrânia podem desencadear uma guerra mundial? Entenda o conflito. Disponível em < https://exame.com/mundo/guerra-russia-ucrania-entenda/> Acesso em: 19/02/2022


Ruffato, Luiz. Capitalismo e guerra. El país, 2017. Disponível em< https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/12/opinion/1492009074_482693.html> Acesso em: 19/02/2022





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