Fonte: Netflix Brasil
#PraCegoVer [ILUSTRAÇÃO]: Na imagem encontra-se o mapa mundi, com milhares de pontos vermelhos espalhados por todos o globo, representando uma pandemia viral, no centro da imagem podemos encontrar um símbolo em preto da própria série.
No presente ano de 2020, estamos passando por uma pandemia, o novo Coronavírus (Covid-19). Surge, novamente, um conflito entre ciências e crenças, assim como foi no século XIV com a Peste Negra, a pandemia mais devastadora já registrada na história humana, e, também, como ocorreu há 100 anos atrás com a Gripe Espanhola, que matou mais que o total das duas guerras mundiais. Em meio a esses cenários de surtos virais que já ocorreram várias vezes ao longo de nossa história, em quem devemos acreditar? Para onde devemos recorrer? O que devemos esperar?
Na idade média, a linha entre religião e ciência era tênue, a peste negra foi interpretada por muitos cristãos como punição divina pelos pecados da humanidade, e por consequência dessa submissão a medicina foi muito pouco desenvolvida. Já em 1918, as incertezas e o medo da morte, fizeram com que a população novamente se voltasse para a explicação divina sobre a origem da gripe espanhola. Porém, o conhecimento sobre a existência de micro-organismos patogênicos e do índice de transmissão, acarretou a democratização dos culpados e grandes avanços na medicina.
Na atual pandemia, alguns fiéis de determinados segmentos religiosos continuam a se aglomerar, optando por colocarem suas vidas nas mãos de suas divindades, em vez de seguirem as orientações das autoridades públicas. Tal situação se assemelha ao que assistimos no quinto episódio da série Pandemia (2020): indivíduos, que por motivos religiosos, se recusam a se submeterem às vacinas. É o caso de uma jovem mulher do Oregon, mãe de três filhos. Pela lei, ninguém pode obrigá-la, mas, em compensação, as crianças ficam impedidas de se matricular na escola, pois representam risco de contágio para as outras. Neste mesmo episódio, é analisado também como a comunidade, a família e a fé ajudam os médicos a permanecerem fortes durante um período de pânico.
As pandemias são cíclicas e parece que cada século enfrentamos uma; e a união dos fatores citados acima encontrados na série, nos da oportunidade de enxergarmos grandes valores, como a sensibilidade e a solidariedade diante do sofrimento, a natureza como nossa “casa comum” e a importância do isolamento. Ademais, esse apoio dos fiéis oferecido aos médicos é conciliado com a necessidade, a ciência não tem uma agenda contra a religião. Ela se propõe simplesmente a interpretar a natureza, expandindo nosso conhecimento do mundo natural. Sua missão é aliviar o sofrimento humano, aumentando o conforto das pessoas, desenvolvendo técnicas de produção avançadas e ajudando no combate às doenças.
A série Pandemia da Netflix reúne seis capítulos, que versam a procura de uma vacina universal para todo tipo de gripe, a vigilância epidemiológica em grandes concentrações humanas, como também nos animais e um constante comparativo entre pandemias virais anteriores, abordando personagens em várias partes do globo, Estados Unidos, México, Índia, China, Vietnã e Congo.
Stephanie Gabriele Mendonça de França
Graduanda em Engenharia de Produção (POLI-USP) e bolsista do Projeto CineGRI Ciclo 2019-2020.
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